Ninguém quer
falar sobre o assunto – VIGOREXIA
Nas
academias se evita o tema. Entre os colegas de treino praticamente o distúrbio
não existe.
Há
de se manter a ética e considerar que entre os clientes de uma academia existam
pessoas com distúrbios de auto-imagem.
De acordo
com o Dr. Dráusio Varella, “Vigorexia, ou transtorno dismórfico muscular, um subtipo
do transtorno dismórfico corporal, é um distúrbio já classificado como uma das
manifestações do espectro do transtorno obsessivo-compulsivo. Em certos
aspectos, vigorexia e anorexia nervosa são desordens semelhantes, na medida em
que interferem na visão desvirtuada que os portadores têm do próprio corpo.
Diante do espelho, anoréxicos esquálidos e desnutridos se enxergam obesos, e os
vigoréxicos se veem fracos, magrinhos, franzinos, apesar de fortes e muito
musculosos.
A
autoimagem distorcida leva os portadores de vigorexia à prática exagerada de
exercícios físicos, em busca do corpo perfeito de acordo com os padrões de
beleza impostos pelos valores da sociedade contemporânea.”
Se
considerarmos que academias vendem exercício físico, o tema é realmente polêmico.
Que negócio não gostaria de ter pessoas viciadas em seus produtos? Ao mesmo
tempo, é correto ter alguém com distúrbios evidentes treinando no seu negócio e
nada fazer? Estamos falando da saúde dos clientes. Que tal ficar com o serviço
ético e auxiliar os alunos na busca do equilíbrio físico/emocional? A tarefa
será mais árdua? Sem dúvida. Entretanto a satisfação de vender saúde é
impagável. E a fidelização de um cliente que foi tratado com atenção e respeito
será perpetuada.
Dr Dráusio continua, “Essa insatisfação constante com o
próprio corpo e com a massa e força musculares faz com que incorporem novos
hábitos e comportamentos à sua rotina de vida. Vigoréxicos passam horas e horas
nas academias, sempre aumentando a carga dos exercícios. Paralelamente,
introduzem alterações na dieta constituída basicamente por proteínas, passam a
consumir suplementos alimentares sem orientação e recorrem ao uso de esteroides
e anabolizantes.
Como o corpo que consideram perfeito é um ideal
inatingível, em razão dos sentimentos de inferioridade e da visão deformada da
própria aparência, essas pessoas estão mais sujeitas a desenvolver quadros de
depressão e ansiedade.”
A polêmica continua – cabe ao professor alertar aquele aluno
que apresenta distúrbios? Em uma ocasião, conversamos com uma mãe de aluna que
apresentava sintomas de anorexia e tudo acabou bem. Ela estava sob estresse de
vestibular e confusa. Bastou interferirmos positivamente e com respeito e a
questão foi resolvida. Demonstrar
atenção e preocupação com esses indivíduos dentro do ambiente da academia pode
fazer toda a diferença.
A Vigorexia ainda não foi catalogada nos manuais de
classificação CID.10 e DSM.IV como um transtorno específico. Por essa razão, os
critérios para o diagnóstico não foram bem estabelecidos, informa o Dr.
Varella. Cabe ao médico avaliar se o paciente está com determinados sintomas,
como a preocupação exagerada com o corpo, a necessidade compulsiva de manter um
plano rigoroso de exercícios físicos e uma dieta alimentar rígida para atingir
a forma física considerada perfeita.
Dr. Varella aconselha tratamento multidisciplinar, com
médico, psicoterapeuta, nutricionista e educador físico. Não há a necessidade
de interromper a atividade física, apenas dosar adequadamente o exercício ao
indivíduo, como com todos os praticantes da academia.
Temas como a Vigorexia são evitados, pois academias têm
indivíduos com o distúrbio, correndo atrás de um corpo ideal, incorrendo em
atos que vão contra a saúde e funcionalidade dos seus corpos. Alertar esses
indivíduos seria “prejudicial” ao negócio. Por outro lado, há empresas
totalmente voltadas à saúde de seus clientes, informando e educando seus alunos
para uma saúde perfeita e vida longa.
E você? Qual sua postura diante dos fatos que se
apresentam claramente através dos dados da medicina? Você alertaria seus
clientes, familiares, amigos sobre a Vigorexia?
...apenas levantando a polêmica...

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