Monday 13 July 2015

Ser Humano

Tentando a dura tarefa de evoluir


Uma sequencia de pensamentos invadiu meu cérebro após assistir o filme LUCY pela segunda vez. A terceira vez trouxe o fechamento das ideias que pululavam na minha cabeça.
Há uma frase em particular que resumiu anos de embate interno: "o que nos define a nós mesmos, é um obstáculo!" Ou seja, ser humano por si só, atrapalha  a evolução dos seres. Nossas crenças, nossos cinco sentidos, nosso amor pelo outro, nosso apego ao que é nosso nos impede de evoluir, de ir além. Simples assim.
Por mais que se evolua, sempre haverá algo "humano" em nós que nos puxará para baixo novamente: a pessoa medita, não come carne, mas tem problemas em aceitar os defeitos dos outros. Ou tem uma vida maravilhosa (de acordo com os padrões humanos de "maravilhoso"), mas tem compulsão por comida. Sempre algo nos puxa pelo pé. Até a frase "não pode ser perfeito" é aceita para desculpar nossa constante "queda" diante da tentação. Fica difícil ascender assim!
Exploremos um pouco possibilidades de evolução:
* Se houvesse a ausência dos cinco sentidos, já seríamos menos escravos da humanidade: não haveria bonito nem feio; branco nem preto; cheiroso ou fedido. Pararíamos de comparar já que não haveria padrão de comparação. Há quem diga: mas e a Moda? Os perfumes? Os carros? Pois é, ninguém se importaria com nada disso, já que não enxergaríamos a diferença. Aliás, não enxergaríamos, ponto!
* Se fossemos incapazes de sentir o amor carnal e se pudéssemos amar fraternalmente, quanta liberdade teríamos? Quantos crimes passionais evitados? Vidas escravizadas, vividas com medo e sujeitas à ciumes doentio e bárbaro? Esse amor que tanto cantamos e representamos em livros e filmes não passa de uma âncora atada nos nossos tornozelos. Ai de ti se decidires evoluir! Não há mais conversas, nem como acompanhar o/a parceiro/a na rotina diária. Tudo seria enfadonho. Muitos evitam diferenciar-se dos afins, já que a distância tornar-se-ia impossível de suportar. Esse amor que vivemos aqui, é paralisador. Sem mais.
* O apego aos pertences materiais tornou-se um grilhão que traz reflexos em centenas de vida. "O que aconteceu às minhas terras? Aos meus cavalos, carros? Minhas joias? Nem vou comentar a "separação" que os humanos desmiolados fazem de quem "tem"e de quem não "tem". *Tédio...

O simples fato de lutarmos pela Humanidade já é, em si, sem sentido.
Quando aprendemos que somos feitos de poeira de estrelas e que não morremos de verdade, toda a luta pela sobrevivência perde o sentido. Se não vivermos aqui, em algum outro nível viveremos. A vida continua em patamares diferentes e a evolução continua.
O fato de querermos preservar a raça humana e lutarmos arduamente para mantê-la como ela está, denota nosso grau de apego à vida como ela se apresenta hoje: cheia de vícios, difícil de evoluir e repleta de ilusões. Por que apegar-se a algo tão doentio?

Argumentos e mais argumentos se apresentam em diversas estórias sobre a ambiguidade humana: crueldade e a generosidade. Sempre me perguntei: vale a pena ver tanto mau uso da Vida em nome do Amor? Que Amor é esse que só surge da dor profunda? Que grau de evolução temos que só amamos quando sentimos dor? Chega a ser desanimadora a conclusão dessas peguntas...

Nossa existência - Antagônica. Algumas vezes, deficiente de significado.
Se Deus, o Criador, é só AMOR, o que estamos fazendo ao experimentar o outro lado? Soa uma burrice sem precedentes!
A Dicotomia Humana tornou a vida nesse planeta a experiência mais pesada do Universo. Muitos sábios dizem o mesmo - é difícil mesmo conviver com o diferente, o mal, o oposto na mesma orbe!
Aceitamos viver na Ilusão, conviver com o Dualismo e precisamos manter mente sana in corpore sano.
...dureza...
Concluo: todos os dias, faço meu melhor para não encarnar mais aqui. Ponto.

1 comment: